Por Helena Schuster
[email protected]
(Estagiária sob supervisão de Vinicius Peraça)

As últimas semanas foram de boas notícias para a pesquisa pelotense. Graças ao bom desempenho dos programas de pós-graduação da UFPel nas avaliações de entidades que incentivam a pesquisa no Brasil, a instituição foi contemplada com o acréscimo de 164 bolsas de mestrado e doutorado em 2023. Este é o segundo ano consecutivo de crescimento do número de bolsas ofertadas que, a partir de agora, vão beneficiar mais de 1,3 mil pesquisadores na universidade.

Das novas bolsas concedidas, 144 vieram através da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e 20 através do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A novidade é muito comemorada pelo pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da UFPel, Flávio Demarco, que explica a importância deste acréscimo para a comunidade pelotense. "Garante mais bolsas em mais áreas, que resultam em mais formação de recursos humanos e produção de ciência, que se transformam em políticas públicas e também impactam no desenvolvimento econômico da região", avalia. Todos os 47 programas de pós-graduação conseguirão ofertar mais bolsas em 2023.

Nos últimos dois anos, nacionalmente, a instituição pelotense figura entre as universidades que mais melhoraram o desempenho nas avaliações da Capes e, consequentemente, no percentual de bolsas oferecidas. Demarco explica que, neste ano, o aumento do número de bolsas foi de 11,8% e, no ano passado, de 17%. "Além disso, a UFPel também foi uma das poucas universidades do Brasil agraciada com o edital do CNPq este ano", acrescenta o pró-reitor.

Mais valorização aos pesquisadores

Além do acréscimo de bolsas, a comunidade acadêmica da UFPel também comemora o reajuste do valor do auxílio, que não sofria alterações desde 2013. O aumento de 40% para pós-graduação da Capes e do CNPq foi anunciado pelo governo federal ainda em fevereiro.

Doutoranda da Odontologia, Carla Pena, 35, natural da Venezuela, conta que o auxílio é fundamental para a continuidade de sua pesquisa na área de biomateriais odontológicos. "A bolsa é minha única fonte de renda no Brasil. Como pesquisadora dedicada exclusivamente à pós-graduação, o aumento é um estímulo para quem ama fazer pesquisa."

A cirurgiã-dentista Isadora Cepeda, 25, contemplada com bolsa para começar o doutorado na UFPel, também comemora a chance de poder se dedicar exclusivamente à pesquisa. "Fiz o mestrado todo sem bolsa. Antes do aumento, o valor era muito baixo e valia mais a pena trabalhar. Vai ser um diferencial muito grande poder me dedicar 100% ao doutorado", avalia. Com pesquisas na área de câncer bucal, com ênfase em tumores nas glândulas salivares, ela comenta que as mudanças refletem uma maior valorização da pesquisa. "Isso mostra que os pesquisadores estão sendo mais valorizados, porque não é fácil ser pesquisador, principalmente no Brasil, onde temos menos recursos."